terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Impressões de Curitiba I

Primeiro, eu estou encantada com Curitiba, é muito bom saber que no Brasil tem uma capital assim.
E olhe que eu conheço um mói de capitá, e mais meio mundo de cidade pelo Brasil afora. Os anos de movimento estudantil me deram muita experiência em ônibus cheio de estudantes e interminavéis horas pelo Sertão da Bahia para chegar em qualquer lugar. E nada nem se compara com isso aqui.
As janelas das casas não tem grade, muro é uma coisa rara, só aqueles gradeados, sempre levificados(do verbo ficar mais leve) com jardinzinhos e flores. A cidade tem um monte de lei contra a especulação imobiliária e é proibido fazer prédios altos. Sendo assim, o lugar é tomado por bairros de casas, alguns com prediozinhos baixinhos e charmosos, a maioria sem altura nem pra elevador. E tem uns dois bairros, fora o centro, onde liberaram para construir prédios grandes, mas eles já são mais afastados do centrão.

A cidade é repleta de parques enormes e praçinhas. O parques são bem grandes, com lago e mata atlantica no meio. Que você sai pra caminhar, entra na "florestinha" pelo caminho asfaltado feito para fazer só caminhada, bicicletada e patinzada, e se perde no meio dar árvores de copa densa e retorcida. Muitas vezes, as copas das árvores dos lados opostos da estrada se emendam, e vc tá lá no meio, sem sequer, perceber a luz do sol. É lindo.

Tem a onda das praças em homenagem aos países, Japão, Ucrania, Espanha e mais um monte, onde aquele pedacinho da cidade é uma imitaçãozinha, com coisas características do país titulado.
E o passeio público é o que dá mais dó, uma zoológico de aves silvestres no meio do centro da cidade. São aves lindas, presas em viveiros, para o povo ver e da pipoca. Isso é triste.

Mas além disso, nos parques têm capivaras, quero-queros, esquilos, patos, cisnes, tartaruga, peixes, e mais um monte de aves coloridas e bonitas que ficam pelos parques, vivendo em tranqüilidade, sem medo o homem.
Tem canteiros de flores por todos os lugares, públicos principalmente. O jardim botânico daqui tem um lugar pra criar as plantas de cada estação(pq aqui se tem cada estação) e mudam todas as plantas dos jardins e canteiros públicos 4 vezes por ano, e as plantinhas são sempre de acordo com o tempo e o clima.

E como aqui não tem praia, os parques são as praias da pessoas, que sempre que faz um sol, tomam conta do lugar, p fazer encontros de grupos sociais, sejam velhinhas, famílias, skatitas, crianças, hippies, ou esportistas. Tem uma lei também que proibi o som alto nos parques, e tem um carro da polícia em cada um. O resultado é que a paz reina, sem risco de algum bocó abrir o som do carro e colocar funk.


Tem caldo de cana pra vender em cada esquina, o carro equipado com a máquina de moer atrás, entupido de abelhas pra todos os lados. E você escolhe se é puro, com limão ou abacaxi. Tem água de côco também, mas essa é vendida em copo descartável. O pequeno 2 reais e o maior 3.

Atrás no museu do Olho, de Niemayer- o museu mais lindo que eu já vi na vida, tem uma praça, onde as pessoas levam os cachorros no domingo pra se confraternizar. Eu fui lá uma vez, e é uma farra. Um monte de cachorro, de um monte de raça diferente se esbalando de felicidade, correndo, solto, brincando com os donos e com outros cachorros. Tinha um dog alemão lá, lindão, preto, correndo átras de um disco que o dono jogava, desfilando no meio de todos os outros e passando pelo meio do povo. É coisa de ficar na memória.
Fora o detalhe que a entrada no museu, pra ver obras maravilhosas e gente antiga e clássica, e muita gente nova e boa, da América Central e Latina, é só 4 reais a inteira, coisa difícil de encontrar pelo Brasil afora.

As influências polacas e árabes são percebidas na arquitetura. Casinha de madeira tá presente em todos os lugares. Grandes, pequenas, ricas ou pobres, elas estão lá, resistindo com suas eiras e beiras. Ao do Largo da Ordem- o Recife Antigo daqui, tem uma mesquita, imensa, fora o memorial árabe e outras coisas e te remetem a quem esteve e está por aqui.

A comida é uma mistura de tudo, e ai, você encontra do prato típico alemão, à tapioca e acaraje, democraticamente oferecidos.
As pessoas andam na rua de relógio, com jóias, com vidro aberto, e até atendem e falam no celular enquanto andam na rua. Coisa super normal, mas para mim que vivo a paranóia do assalto de Recife, fico impressionada.

A programaçao cultural e audiovisual daqui é que ainda é meio incognita pra mim. Tá rolando a Oficina de música, que é o mês inteiro com atrações e atividades, mas, nesse caso, a maioria é paga. E nesse ponto, meu querido, a prefeitura popular do meu Recife, não tem pra seu ninguém, é um orgulho para quem ama nossa terra.

Pronto, acabada a descrição da cidade.
=)

sábado, 22 de janeiro de 2011

Inveja de escrever

É medíocre, mas esse sentimento de só querer escrever quando se estar longe assombra muitos adoradores das palavras. É que essa gente gosta de sofrer pra tudo ficar mais charmoso, aí, se você tá feliz e não tem capacidade de fazer um samba contente e suado, prefere ficar caladinho pra não ser sem graça.

Eu mesma, não queria passar por isso, falei muitas vezes que não pararia de escrever- e incentivo não me faltou. Mas faltava outra coisa, mais perto, eu fico tímida. E isso é coisa que só quem conhece mesmo sabe como é. Me peguei vagando a pensar nestes motivos diversas vezes, e a coisa de falar pra quem tá perto me encolhe, amedronta.
Só que hoje foi um dia depois da insônia, insônia daquelas que você nem pisca o olho, que as pulilas se dilatam e a noite fica clara. Aí, você pensa em tudo, porque o cérebro deve colocar outras partes-nunca dantes utilizadas- para manter a pessoa acordada, tentando dormir por mais de 5 horas.
Você pensa no dia, reza umas 4 vezes cada oração, agradece, pede desculpa, olha para todos os lados. Análisa a decoração do quarto, levanta, lava o rosto. Pega o celular, pensa no livro que tá lendo, num ótimo tema pro mestrado, nos amigos que está com saudade, da agenda de afazeres da semana que vem. Levanta, vai na sala, brinca com o cachorro, escuta barulhos estranhos, pensa em assombração, em macumba, em mandinga, é uó.
Mas hoje, nesse dia depois da insônia, eu acordei com sono, cheia de idéias, e de vontade de fazer o que tava de lado. E hoje, logo hoje, voltei também a ler o blog de alguns amigos. E foi Rafa Moreno- do elessabemdemais, falando de Arthur, de Mariana e da mãe dele que me deram inspiração pra escrever esse meu recomeço.
Rafa é massa. Mas um daqueles amigos que resolvem ir pro mundo e não voltam mais. Porque infelizmente Recife é muito pouco pra quantidade de talento que produz.
Rafa me ajudou- e nem sabe, a voltar a postar, e eu espero que logo, logo, Recife seja capaz de segurar a gente, feliz, satisfeito, seguro e sorridente, por mais tempo que as prévias e o Carnaval.
Até mais.