Primeiro, eu estou encantada com Curitiba, é muito bom saber que no Brasil tem uma capital assim.
E olhe que eu conheço um mói de capitá, e mais meio mundo de cidade pelo Brasil afora. Os anos de movimento estudantil me deram muita experiência em ônibus cheio de estudantes e interminavéis horas pelo Sertão da Bahia para chegar em qualquer lugar. E nada nem se compara com isso aqui.
As janelas das casas não tem grade, muro é uma coisa rara, só aqueles gradeados, sempre levificados(do verbo ficar mais leve) com jardinzinhos e flores. A cidade tem um monte de lei contra a especulação imobiliária e é proibido fazer prédios altos. Sendo assim, o lugar é tomado por bairros de casas, alguns com prediozinhos baixinhos e charmosos, a maioria sem altura nem pra elevador. E tem uns dois bairros, fora o centro, onde liberaram para construir prédios grandes, mas eles já são mais afastados do centrão.
A cidade é repleta de parques enormes e praçinhas. O parques são bem grandes, com lago e mata atlantica no meio. Que você sai pra caminhar, entra na "florestinha" pelo caminho asfaltado feito para fazer só caminhada, bicicletada e patinzada, e se perde no meio dar árvores de copa densa e retorcida. Muitas vezes, as copas das árvores dos lados opostos da estrada se emendam, e vc tá lá no meio, sem sequer, perceber a luz do sol. É lindo.
Tem a onda das praças em homenagem aos países, Japão, Ucrania, Espanha e mais um monte, onde aquele pedacinho da cidade é uma imitaçãozinha, com coisas características do país titulado.
E o passeio público é o que dá mais dó, uma zoológico de aves silvestres no meio do centro da cidade. São aves lindas, presas em viveiros, para o povo ver e da pipoca. Isso é triste.
Mas além disso, nos parques têm capivaras, quero-queros, esquilos, patos, cisnes, tartaruga, peixes, e mais um monte de aves coloridas e bonitas que ficam pelos parques, vivendo em tranqüilidade, sem medo o homem.
Tem canteiros de flores por todos os lugares, públicos principalmente. O jardim botânico daqui tem um lugar pra criar as plantas de cada estação(pq aqui se tem cada estação) e mudam todas as plantas dos jardins e canteiros públicos 4 vezes por ano, e as plantinhas são sempre de acordo com o tempo e o clima.
E como aqui não tem praia, os parques são as praias da pessoas, que sempre que faz um sol, tomam conta do lugar, p fazer encontros de grupos sociais, sejam velhinhas, famílias, skatitas, crianças, hippies, ou esportistas. Tem uma lei também que proibi o som alto nos parques, e tem um carro da polícia em cada um. O resultado é que a paz reina, sem risco de algum bocó abrir o som do carro e colocar funk.
Tem caldo de cana pra vender em cada esquina, o carro equipado com a máquina de moer atrás, entupido de abelhas pra todos os lados. E você escolhe se é puro, com limão ou abacaxi. Tem água de côco também, mas essa é vendida em copo descartável. O pequeno 2 reais e o maior 3.
Atrás no museu do Olho, de Niemayer- o museu mais lindo que eu já vi na vida, tem uma praça, onde as pessoas levam os cachorros no domingo pra se confraternizar. Eu fui lá uma vez, e é uma farra. Um monte de cachorro, de um monte de raça diferente se esbalando de felicidade, correndo, solto, brincando com os donos e com outros cachorros. Tinha um dog alemão lá, lindão, preto, correndo átras de um disco que o dono jogava, desfilando no meio de todos os outros e passando pelo meio do povo. É coisa de ficar na memória.
Fora o detalhe que a entrada no museu, pra ver obras maravilhosas e gente antiga e clássica, e muita gente nova e boa, da América Central e Latina, é só 4 reais a inteira, coisa difícil de encontrar pelo Brasil afora.
As influências polacas e árabes são percebidas na arquitetura. Casinha de madeira tá presente em todos os lugares. Grandes, pequenas, ricas ou pobres, elas estão lá, resistindo com suas eiras e beiras. Ao do Largo da Ordem- o Recife Antigo daqui, tem uma mesquita, imensa, fora o memorial árabe e outras coisas e te remetem a quem esteve e está por aqui.
A comida é uma mistura de tudo, e ai, você encontra do prato típico alemão, à tapioca e acaraje, democraticamente oferecidos.
As pessoas andam na rua de relógio, com jóias, com vidro aberto, e até atendem e falam no celular enquanto andam na rua. Coisa super normal, mas para mim que vivo a paranóia do assalto de Recife, fico impressionada.
A programaçao cultural e audiovisual daqui é que ainda é meio incognita pra mim. Tá rolando a Oficina de música, que é o mês inteiro com atrações e atividades, mas, nesse caso, a maioria é paga. E nesse ponto, meu querido, a prefeitura popular do meu Recife, não tem pra seu ninguém, é um orgulho para quem ama nossa terra.
Pronto, acabada a descrição da cidade.
=)