sábado, 22 de janeiro de 2011

Inveja de escrever

É medíocre, mas esse sentimento de só querer escrever quando se estar longe assombra muitos adoradores das palavras. É que essa gente gosta de sofrer pra tudo ficar mais charmoso, aí, se você tá feliz e não tem capacidade de fazer um samba contente e suado, prefere ficar caladinho pra não ser sem graça.

Eu mesma, não queria passar por isso, falei muitas vezes que não pararia de escrever- e incentivo não me faltou. Mas faltava outra coisa, mais perto, eu fico tímida. E isso é coisa que só quem conhece mesmo sabe como é. Me peguei vagando a pensar nestes motivos diversas vezes, e a coisa de falar pra quem tá perto me encolhe, amedronta.
Só que hoje foi um dia depois da insônia, insônia daquelas que você nem pisca o olho, que as pulilas se dilatam e a noite fica clara. Aí, você pensa em tudo, porque o cérebro deve colocar outras partes-nunca dantes utilizadas- para manter a pessoa acordada, tentando dormir por mais de 5 horas.
Você pensa no dia, reza umas 4 vezes cada oração, agradece, pede desculpa, olha para todos os lados. Análisa a decoração do quarto, levanta, lava o rosto. Pega o celular, pensa no livro que tá lendo, num ótimo tema pro mestrado, nos amigos que está com saudade, da agenda de afazeres da semana que vem. Levanta, vai na sala, brinca com o cachorro, escuta barulhos estranhos, pensa em assombração, em macumba, em mandinga, é uó.
Mas hoje, nesse dia depois da insônia, eu acordei com sono, cheia de idéias, e de vontade de fazer o que tava de lado. E hoje, logo hoje, voltei também a ler o blog de alguns amigos. E foi Rafa Moreno- do elessabemdemais, falando de Arthur, de Mariana e da mãe dele que me deram inspiração pra escrever esse meu recomeço.
Rafa é massa. Mas um daqueles amigos que resolvem ir pro mundo e não voltam mais. Porque infelizmente Recife é muito pouco pra quantidade de talento que produz.
Rafa me ajudou- e nem sabe, a voltar a postar, e eu espero que logo, logo, Recife seja capaz de segurar a gente, feliz, satisfeito, seguro e sorridente, por mais tempo que as prévias e o Carnaval.
Até mais.

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