quarta-feira, 23 de junho de 2010

San Jan!

Hoje lembrei de um São João que passei na casa de vovó Lia. Acho que tinha 5 ou 6 anos, quando Guigo tava doente e a gente não pôde ir pra Pirauá. É estranho, porque quase sempre eu lembro disso com tia Eliane me babando bem muito, mas hoje eu lembrei da parte triste, que eu queria mesmo é tá lá em Pirauá e não entendia porque a gente não podia ir.

Hoje é São João no Brasil, no Nordeste, em Pernambuco. Recife, Gravata, Carpina, Pirauá, ArcoVerde e Caruaru. Aldeia também. E, pra falar na Paraiba, Campina Grande.

Inicio dos anos 90.
Correira e aperreio na véspera de San Jan em Recife. Um casal, 3 crianças e 2 babás, 300 malas, feira, cachaça e uma gata com um olho verde-e-outro-azul com seus 3 filhotinhos, tudo empacotado dentro de uma das 200 belinas que painho tanto amava.

Sítio Salgadinho e sua fogueira. Comida da milho até dar um nó no estômago. Os filhos de painho e mainha, sempre magros feito sibito e Vovó falando: - Deixa esses meninos aqui em julho que eu engordo eles.
Milho estourando dentro do fogo. Brincar de espeto no pé, até o dia de Diego acertou o dedão de Guigo e até hoje o bichinho do dedo é meio aleijado.
Fogos perigosos com crianças de 7 anos. Mainha reclamando, painho e tio João rindo.
O ano que eu coloquei uma cobrinha dentro da camisa de Haran e o resultado não foi tão divertido. O outro ano em que Barbinha segurou um vulcão ao contrário e queimou o braço. Eu e Stephanie sendo excluidas cotidianamente das brincadeiras de meninos.
Ai que saudade da minha infância.


















Ano 2000
Uma viagem pra Carpina super complicada, e nunca vou esquecer da primeira vez que viajei com amigas. Um busão com gato, cachorro, papagaio, galinha e bicicleta. Quatro adolescentes indo pra casa de Leila, que mais parecia um castelo, e todos os sonhos da gente de sair pro show sozinhas indo por água abaixo com o pai da menina, que conseguia ser mais matuto que tio Bié.



















2000 e alguma coisa
Vêm os anos de Gravatá. Ai, como era massa. Só boyzando pelas ruas, com jaquetinha e querendo ir pro show sertanejo que ia rolar. O ano massa que estavam meus amigos do movimento estudantil e minhas queridas coleguinhas da faculdade tudo junto na casa Lu, tomando vinho, comendo comida gostosa de tia, jogando mímica e rindo de Débora aparecendo bêba no meio da madrugada.

No embalo, Caruaru e a casa de Candy, Caruaru e o apartamento de Rodrigo. Caruaru e irmãos todos juntos.
Uma parada em Aldeia, na chuva, mudanças durante oso festejos. A família fofa de Biagio. E um metrô Recife-Camaragibe com a gente cantando Leo-Leo-Leo-Leo.

Arcoverde mais amado de todos. Show de Cordel do Fogo encantado. Toda a high-society cult mesc jet set cultural num só lugar. Biagio, Mari, Ricardo Paiva na casa de Joaninha. Todo mundo legal de Recife. Minha primeira viagem dirigindo na estrada. Eu, Renata e Guilherme no fiestinha sem freio. Qualquer casa alugada pra 300 mil jovens sem conforto, dormindo num colchão inflável. Forrozinho pé-de-serra no friozinho e algum xero no cangote. Cachaça da boa de todos os gostos e sabores. Encher o bucho de bodé guizado. E jurar que quer voltar pra lá todos os anos da vida.


















Ir pra Campina Grande e voltar aos tempos de familia reunida, primos queridos. Casa de tia Soraia, mainha, tio João.
Não viajar mais porque tem que trabalhar. San Jan da Capitá claquete 98/99.

Inveja e vontade de primos juntos em Campina Grande, no São João, no forró, na Copa, em qualquer lugar.

Ter tempo pra escrever esse texto em véspera de San Jan porque tá em Toronto e ninguém conhece esse tal de Jóan Ô.

Tô nostálgica.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Um pouquinho de açúcar nesse café amargo.

Hipocrisia, falso patriotismo, política do pão e circo. Chamem do que quiserem.
Copa do mundo é massa e eu tô morrendo de saudade da copa de 2006, com inesquecíveis caldinhos de Jô, amendoim e cerveja com a galera da Ciranda. Dos doces Ana Carolina que Beto trazia de Candeias. Dos pilos e latidos ensurdecedores de Aica. Do daikiry de painho. Dos cochilos de Rodolfo com o bucho pra cima. E, claro, do after party no Armazem 14 com Academia da Berlinda.

Canada nem se quer tem um time. Então, eles tão pouco de coçando pra copa. A unica coisa que faz esse povo levantar do sofá é 1. comprar mais café na Tim Horton's ou 2. Ir num jogo de Hockey.
A copa do mundo aqui se resume a algumas bandeirinhas de nacionalidades variadas pregada na porta do carro, uma kombi véia na esquina do bairro dos portugueses vendendo as bandeiras, banners na porta dos pubs, comunicando que eles transmitem os jogos lá e:
UM MONTE de brasileiros loucos pelas ruas próxmas a Saint Clair, gritando, pulando, bagunçando e pintando Toronto de verde e amarelo.

No primeiro jogo do Brasil, os 12 brasileiros da WTC gazearam a aula da tarde pra se juntar aos outros irmãos de bandeira. Vestida de verde e amarelo, junto de brasileiros, ganhei minha permissão para se sentir em casa um tiquinho. E, como todo recifense que se preze é maloqueiro. Exercir minha maloquerage. Entrei no metro e fui far uma didática aula de como torcer para o BRasil no transporte público.

Tentativa 1
- Come on! Everybody with me:
BRAAAA - ZIL BRAAA - ZIL
-ZZZzzzzzz!
- I am sorryyyyy! I'm not liste you guys!
Let's go! BRAAAAAAZILLL

Sem sucesso.

Tentativa 2
NO bondinho, cheio de criançinhas de 5 anos, lindas, de chapéu, indo com a tia da escola para algum lugar.
E eu, de novo:
- Come on, everybody. BRAAAZIL!

Sem sucesso.

Desisti, essa galera é muito uóh!
Todavia, mesmo minha vida de cheerlider acabado prematuramente, o grupo de brasileiros vestidos para guerra faziam barulho e riam alto o suficiente para manter as crianças com os olhinhos assustados(por vezes azuis, por vezes espixados) mais fofos que eu já vi na minha vida.

E, logo mais, eu escuto:
- Professora, quem são essas pessoas?
- São brasileiros. Eles estão indo assistir um jogo de fitebol.
- E porque eles estão fazendo essas coisas?
- Brasileiros são pessoas de um país muito bonito, onde sempre é muito quente. Eles são muito elétricos, mas tem uma energia muito boa.
-É?
- É. Brasileiros são pessoas muuuito barulhentas.

Curtiu sua definição? Seu barulhento!

Já pensou em morar em Carpina?

De volta a Toronto, a rotina casa-escola-qualquercoisa-casa volta a funcionar. O longo percurso Capina- Conde da Boa Vista volta a ser meu programa diário. Porque sim, essa homestay da gente é em Carpina, só pode! A pessoa sai de casa e passa 30 minutos no busão só pra chegar na Ceasa. é Ceasa mesmo! Porque na minha terra Farm Market é Ceasa. Aí, continua np busão, entra na primeira estação de metrô, ver tyodo mundo descer, fica lá e pode contar mais 20 minutos pra finalmente desce na ooooooooooutra ponta do metrô. Pega o diácho do trem, fica mais 20 minutos e finalmente, anda mais uns 10 pra chegar no destino. Mermão, pense numa Carpina-Conde da Boa Vista complicada!

domingo, 20 de junho de 2010

Algumas impressões

Acredite se quiser, o Central Park me lembrou Pirauá, porque tem cheiro de coco de cavalo, igual na cocheira da casa de vovó.

Fui no lugar que tinham as torres gemeas. É ridiculo. Eles tão construindo outro prédio e lá é cheio de guindaste, todos tem uma bandeira dos Estados Unidos no topo. Me sinto mal com isso, mas tive foi vontade de rir. Ver lá o buraco. hahaha

Atravessei a ponte do Brooklin andando e vi o por do sol de la. É lindo, turístico e romântico. Mas o pôr do sol você só vê até a metade, porque os prédios impedem de ver o resto.

Fui na Times Square. Aquele lugar que o povo rompe o ano e tem um monte de painel eletronico(sim, preciso explicar, pode ser que exista algupem que não saiba). É impressionante a quantidade de publicidade, vc se sente um nada olhando pra cima e se dando conta do quanto o dinheiro move o mundo.

Fui na frente no predio da Nasdaq, a bolsa de valores de coisas eletronicas.

Fui na universidade de NY, onde Ze estuda. Lá é fantastico. Tem uma praça enorme no meio dos prédios, e todo mundo fica la. Lendo, dançando, comendo, jogando dominó, cantando, pendindo dinheiro ou virando estrelinha... É lindo.

Vi a estátua de liberdade, mas de longe. Pq paga p pegar a condução p lá. Ela é beeem pequena. Aquilo dos filmes é mentira. Eu acho que ela é menor que o Cristo Redentor do Rio! O que é alto é a base dela. E o braço pra cima.

Fui numa escola tecnica de arte no Brooklim. Cheia de esculturas interessantes.

Ah, passei o sabado na Globo de Nova York. Ze tinha que gravar um filme conseguiu as instalações de lá. O povo lá é legal, como Globo em NY não é nada. Eles tem que trabalhar duro e serem bom mesmo para terem algum resultado.

Fui atriz em 3 curtas no sábado. heheheh

Fui no supermercado todos os dias. Lavei roupa com meu boy. Comi pão com nutella, doritos e cerveja quase todo dia.

Passei coladinha com Ze na catraca do metrô, pra economizar dinheiro.

Andei 2 horas de madrugada pq os metrôs inventaram de trocar as linhas.

Andei, andei e andei mais um poquinho.

Voltei com um sorriso estampado no rosto e o coração inflado de saudade.

Barulhente, enorme, podre e fedorenta: Nova York é perfeita.

Com ou sem fotos, eu amei NY. Não porque eu estava com meu namorado fofo, cozinhando pra mim, matando minha saudade, carência e solidão com um milhão de beijinhos. Não, não. Claro que não. Eu adorei NY porque ela é viva. É um lugar que, quando você chega logo percebe: aqui as coisas acontecem.
A cidade é enorme. Apesar de NY city mesmo, mesmo ser só a ilha de Manhattan, mas a região metropolitana já se juntou toda, ntão Brooklyn, Bronx, Queens e bla bla bla é tudo NY.
O metrô é monstro. Tem umas 30 linhas, todas emaranhadas, pra chegar em casa é uma matemática tão grande que é quase como zerar um jogo de RPG.
As pessoas parecem gente de verdade. Essa é a parte "Brasil: a falta que você me faz", porque na real, isso não é nada demais. Mas aqui em Toronto, essa cidade multicultural não misturada, o povo é tão estranho, mas tão estranho que quando eu vi gente de comum andando nas ruas, chega bateu mais forte o coração.
Enfim, Nova Yorque me pareceu um jovem com seus 20 e poucos anos, que gosta de arte, música e sociologia, querendo provar de tudo e fazer de tudo. E se isso te lembrou calça de tecido, all star detonado, cabelão, barba, óculos escuros, bolsa de lado e cara de sujo. É disso mesmo que eu to falando. Eles é quem eram, com certeza, os mais interessantes na universidade. NY tem um atmosfera de campus super excitante.
Mas pra não falar só de coisas cult, NY também é a chefe de torcida, cocota, com a cara montada na maquiagem as 7 da matina. É o PARAISO das compras e do glamour.
Todas as marcas e roupas, sapatos e acessórios, perfumes e creminhos, maquiagem e mais maquiagem, tudo está lá, na sua frente, na vitrine, e de preferência com um SALE bem grande estampado.
E a Times Square tem os painéis de led mais maravilhosos que eu já vi nada vida. Fiquei literalmente de boca aberta olhando pra cima. Bem cena, Dorothy e o mágico de Oz.
Mas, mesmo isso, não é nada que mude o jeito jovem alternativo de ser e de viver. Porque claro, as roupas estilosas do barbudo são da Gap, os óculos Ray Bain, a bolsa Danier, o tênis é o último modelo converse e ele tá lendo a autobiográfia de Oprah, só pra comparar com antiga arte de expor opiniões das pólis grega, e poder criticar bem muito depois.
Ai, ai. Me apaixonei.

Como ir pra NY e não tirar fotos em 5 passos

1º Deixe sua camera véia no Brasil pensando "Eu vou comprar uma muito melhor lá".

2º Fique de pirangagem porque nos EUA o imposto é menor e não compre a bendita em Toronto, já que você tem a camera da sua amiga pra se aproveitar.

3º Confie no seu namorado, que entre outras coisas é fotográfo, e com certeza vai ta com uma camera muito massa.

4º Descubra que ele esqueceu e vá na BH, encontre a loja fechada. E veja na plaquinha que ela fecha toda sexta a tarde e sábado. Sim, sim. Eles são judeus.

5º Vá na BestBuy e perceba que comprar pela internet sai muito mais barato.

E claro, você que está pirangando até respiração, e que vai voltar em NY pra ver o boy again, faz a simples dedução: "Ah, quando eu voltar com Fabi, a gente tira fotos!"

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Indo pra NY! Parada na imigração:
-Onde vc vai ficar?
-Sei não. Na casa do meu namorado.
- Onde é? Sei n.
- Você n pode entrar nos ESTADOS UNIDOS DA AMERICA sem ter um endereço.
-Ah, desculpa. Posso ligar pra ele e perguntar?
-Pode.
- Eu só preciso de um telefone público.
- Não tem telefone público aqui.
- Ah, desculpa. Mas o senhor pode me emprestar seu telefone? Pq eu n tenho.
- Não. Não posso.
...
- Você precisa pagar 6 dolares.
- Ok. 6 dolares americanos?
- É.
- Ah, desculpa. Tenho não. Só canadense.
- Como você em pros ESTADOS UNIDOS DA AMERICA sem dolares?
- Eu tenho visa internacional. Eu acho que não preciso de dinheiro em cash. Vocês aceitam cartão, né!(sim, os canadenses tem o "né" deles, é "eh")
- Temos, mas não está funcionando.
- Senhor, desculpa. Mas eu não sabia que tinha que pagar. E também não poderia saber que o visa não ia funcionar.
- Me de seu cartão.
(5 longos minutos depois)
- Não funciona.(e me da o passaporte carimbado) Você precisa pagar 6 dolares.
Eu já pedir a ele pra pagar pra mim, quando aparece uma chinga lá da escola.
- Eeeeeeeeeeeeeeeei.(pq nunca na vida eu vou decorar nome de koreano). Eeeeeeeeeeei!
- Hi!
- Você pode me emprestar 6 dolares, eu não tenho dolares americanos!
- Ummmm. Posso, mas eu so tenho 100 dolares.
- Ok.
- Moço, aqui, eu tenho 100 dolares.
- Eu não tenho troco.
- Senhor, como é o o departamento de imigração dos ESTADOS UNIDOS DA AMERICA não tem troco pra 100 dolares?
...(10 minutos depois)
- Está aqui seu troco.
- Tá. Obrigada. Eu preciso pagar mais 6 na volta também?
- Precisa. Traga trocado.
- Ta eu vou tentar. Byeeeeee!


Hora %&*@##. Vai ser cabuloso na @#$ @#$¨*$%#$!


E assim, começa minha viagem pra NY.


-